EUA entram na guerra contra o Irão e bombardeiam três alvos do programa nuclear | Médio Oriente


Os Estados Unidos da América acabam de entrar formalmente na guerra que opõe Israel e Irão ao bombardearem três alvos ligados ao programa nuclear iraniano, entre os quais as instalações de Fordow, uma fortaleza situada nas profundezas de uma zona de montanha. A informação foi confirmada pelo presidente Donald Trump na rede social Truth Social, garantindo que o ataque-surpresa saiu bem-sucedido depois de terem sido largadas bombas sobre Fordow. Segundo Trump, os aviões norte-americanos já se encontravam a caminho “de casa” e agora “é o tempo da paz”.

“Completámos o nosso ataque muito bem-sucedido nos três alvos nucleares no Irão, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga inteira de bombas foi largada sobre o alvo principal, Fordow. Todos os aviões estão agora em segurança e a caminho de casa. Parabéns aos grandes guerreiros americanos. Não há outra força militar no mundo que pudesse fazer isto. Agora é o tempo para a paz!”, escreveu Trump.





O Presidente norte-americano deverá fazer uma declaração a partir da Casa Branca às 22h locais, 03h de domingo em Portugal continental. O timing da acção militar surpreendeu a maior parte dos observadores, incluindo a imprensa norte-americana, dado o prazo de “duas semanas” indicado por Trump para uma tomada de decisão sobre um eventual ataque norte-americano ao Irão, bem como o tempo necessário para a deslocação de meios para o Médio Oriente. O porta-aviões USS Nimitz ainda se encontra a caminho da região, vindo do Leste asiático. Vários aviões de reabastecimento estavam ainda atravessar o Atlântico, incluindo através da base das Lajes, nos Açores. Fora contudo noticiada este sábado a partida de bombardeiros B-2, os únicos capazes de usar bombas capazes de atingir bunkers em profundidades como as de Fordow. As aeronaves partiram da América do Norte e estariam supostamente a caminho da base de Guam, no Pacífico ocidental. Estas movimentações eram tidas como uma possível demonstração de força e não como um sinal de ataque iminente.

Esse ataque, no entanto, poderá ter sido precipitado pelo facto de Israel ter comunicado à Administração Trump que não iria esperar as referidas “duas semanas” para que o Irão regressasse à mesa de negociações e acordasse renunciar às partes mais sensíveis do seu programa nuclear, escreve a Reuters. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, bem como o ministro da Defesa, Israel Katz, e o alto responsável das Forças Armadas hebraicas, Eyal Zamir, participaram numa chamada telefónica com a Casa Branca nos últimos dias, tendo expressado a opinião de que havia uma curta janela de oportunidade para atacar Fordow, a jóia da coroa do programa nuclear irnaino.

Fordow, fortaleza nuclear

O principal alvo da operação norte-americana desta madrugada era o único que a aviação israelita não seria, em teoria, capaz de atingir. A central de enriquecimento de urânio de Fordow localiza-se dentro de uma montanha e está protegida por paredes de betão com espessuras de 80 a 90 metros.

Esta instalação onde, segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA), estão instaladas actualmente 1740 centrifugadoras usadas no enriquecimento de urânio, situa-se a menos de 40 quilómetros da cidade sagrada de Qom, lugar de peregrinação para os xiitas, e está protegida por um grande perímetro de segurança.

Não há sinais de fuga radioactiva nos três locais atacados esta noite pela aviação norte-americana, indica a agência noticiosa estatal iraniana IRNA.

Concretizado o ataque, as atenções viram-se agora para uma eventual resposta iraniana. Na televisão estatal de Teerão, relata o New York Times, e entre mensagens de condenação da acção norte-americana, exibia-se um mapa das bases dos EUA no Médio Oriente que poderão estar na mira de uma acção retaliatória, nomeadamente no Golfo Pérsico (incluindo no Kuwait, Qatar e Emirados Árabes Unidos) e no Iraque.



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