Novos contratos de arrendamento com maior quebra de sempre no primeiro trimestre | Habitação


Depois dos recordes registados no ano passado, as rendas continuaram a crescer a ritmo acelerado no início deste ano. O preço mediano estabelecido nos novos contratos de arrendamento aumentou 10% no primeiro trimestre de 2025, período em que o mercado registou uma contracção acentuada e em que viu o número de novos contratos a cair mais de 10%, a maior diminuição anual de que há registo.

Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no primeiro trimestre deste ano, o valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares foi de 8,22 euros por metro quadrado, o que corresponde a um aumento de 10% face a igual período do ano passado. Isto, depois de, no conjunto do ano de 2024, já se ter registado uma subida de 10,5% no valor das rendas de novos contratos, elevando os preços para um novo recorde.

Ainda assim, houve um ligeiro alívio dos preços se se considerar a evolução trimestral: o valor agora registado representa uma queda de 2,5% em relação ao quarto trimestre de 2024, quando o preço mediano das novas rendas se fixou em 8,43 euros por metro quadrado, o valor mais elevado que se verifica no histórico do INE.

Este movimento é registado num período de quebra do mercado. No trimestre em análise, foram celebrados 23.417 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares, o que corresponde a uma queda de 10,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Não há registo de uma queda tão acentuada nesta série estatística do INE, que recua até ao primeiro trimestre de 2020.

Durante este período, detalha o INE, o Baixo Alentejo foi a única das regiões analisadas a onde se verificou um aumento do número de novos contratos, na ordem dos 13%. De resto, a contracção do mercado foi transversal a todo o país, destacando-se as regiões do Alto Tâmega e Barroso, Alentejo Central e Alentejo Litoral com as maiores quedas. Já a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto continuaram a representar a maior fatia do mercado de arrendamento, respondendo por mais de 42% do total de novos contratos. Ainda assim, registaram-se quebras de 9% no número de novos contratos de arrendamento na grande Lisboa e de 11% na Área Metropolitana de Lisboa.

Maior crescimento nas grandes cidades

Também no que diz respeito à evolução dos preços se registou uma evolução idêntica na maior parte do território nacional. De acordo com o INE, o Alentejo Central foi a única das regiões analisadas onde se verificou uma ligeira diminuição das rendas, de 0,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, registando-se subidas em todas as restantes. Os maiores aumentos, superiores a 20%, deram-se na Região Autónoma da Madeira (25,3%) e no Alentejo Litoral (22,9%).

Também nas grandes cidades se verifica um crescimento mais acelerado do que no resto do país, à semelhança do que tem acontecido nos trimestres anteriores. Dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, apenas em Braga se regista uma quebra das rendas no primeiro trimestre (de 0,9%), verificando-se aumentos em todos os restantes. Gondomar (24,4%) Maia (18%) e Funchal (17,1%) destacam-se como os concelhos onde as rendas aumentaram mais.

Lisboa manteve-se como a cidade mais cara do país, com valores que representam quase o dobro daquele que se regista a nível nacional: na capital, o valor mediano das rendas de novos contratos aumentou em 5,1% no primeiro trimestre, fixando-se em 16 euros por metro quadrado. Já no Porto, as rendas aumentaram em 8,5%, para 12,94 euros por metro quadrado.



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