Onda de calor trouxe novo recorde de temperatura para Junho: 46,6ºC | Meteorologia


A onda de calor que está a atingir o país trouxe consigo um recorde: 46,6 graus Celsius em Mora, no distrito de Évora, o máximo já registado no mês de Junho em Portugal.

O valor registado às 14h30 deste domingo em Mora superou por quase dois graus Celsius o anterior máximo de Junho — 44,9ºC registados em Alcácer do Sal, em 2017 — e aproximou-se do máximo absoluto no país, atingido há mais de 20 anos na Amareleja, em Beja. A 1 de Agosto de 2003, a temperatura do ar alcançou os 47,3ºC na freguesia que faz fronteira com Espanha.

Ainda assim, Paula Leitão, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), não considera que esta seja uma onda de calor anormal para a altura do ano. O tempo quente deverá manter-se por mais alguns dias em território continental, prevendo-se a partir de 3 de Julho uma tendência de descida das temperaturas, ainda que pouco acentuada.



Contudo, o calor nem sempre virá acompanhado de sol. Já neste domingo, houve trovoada e queda de granizo em vários distritos do interior do país, a norte de Évora.

“No cimo das nuvens [de desenvolvimento vertical], as temperaturas são muito baixas, podem descer aos 50 graus Celsius negativos, e há formação de gelo que depois chega ao solo como granizo”, neste caso, acompanhado por trovoada, explica Paula Leitão, em declarações ao PÚBLICO. “É uma situação bastante normal.”

A meteorologista alerta que situações como esta, de tempo quente e instabilidade, aumentam o risco de incêndios florestais: “Está muito calor, o ar à superfície é seco e este tipo de trovoada com granizo dá origem a rajadas de vento muito fortes, cuja direcção é impossível de prever.” Com trovoada podem também existir descargas eléctricas, mas é bastante improvável que provoquem incêndios, adianta.

As temperaturas altas levaram o IPMA a colocar sob aviso vermelho sete distritos, no Sul e Centro do país, até às 21h de segunda-feira: Beja, Évora, Portalegre, Setúbal, Lisboa, Santarém e Castelo Branco.

Na segunda-feira vão também manter-se em alerta para risco máximo de incêndio dezenas de concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Santarém, Castelo Branco, Coimbra, Viseu, Guarda, Bragança, Vila Real e Braga. No Porto estarão em alerta os concelhos de Amarante e Baião.

Incêndios em Castelo Branco e Torres Novas

Na tarde de domingo deflagraram dois incêndios, ambos em zonas de povoamento florestal, que chegaram a mobilizar 300 operacionais e dez aeronaves, nos concelhos de Castelo Branco e de Torres Novas, em Santarém. Não há registo de feridos, nem de habitações atingidas pelas chamas.

Perto das 20h, o incêndio na localidade de Chancelaria, em Torres Novas, entrou em fase de resolução, com mais de uma centena de bombeiros e 32 veículos no terreno.

Já em Castelo Branco, às 21h as chamas ainda lavravam nas povoações de Almaceda e Padrão, mobilizando 189 operacionais, apoiados por 60 viaturas de combate a incêndios.

Em declarações à agência Lusa, o oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, José Costa, confirmou a ocorrência de “alguma precipitação e trovoada” na zona de Castelo Branco, mas disse que a origem do incêndio não era conhecida, estando agora sob investigação.

Para responder ao elevado risco de incêndio, a Guarda Nacional Republicana activou este domingo a rede secundária de postos de vigia, com 150 postos, que se somam aos 80 da rede primária já activados desde 5 de Maio, no âmbito da operação Floresta Segura 2025.



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