Começou às 21h em Portugal e terminou depois da 1h30. O Benfica-Chelsea dos oitavos-de-final do Mundial de clubes foi atribulado q.b., teve mudanças de pele e de estado de espírito, um golo com toque de despedida, uma expulsão e prolongamento. E teve um vencedor justo, os londrinos, por números exagerados (1-4), que reflectem o desespero de ir à procura de um triunfo que pareceu sempre distante. Em Charlotte, nos EUA, a bonança chegou tarde para as “águias” – e durou pouco.
O plano inicial do Chelsea era claro: pressionar a saída do adversário no último terço, fechar as linhas de passe para os dois médios interiores (Florentino e Kokçu) e recuperar a bola tão depressa quanto possível, para transitar rapidamente. Se o Benfica procurasse activar o jogo longo, a superioridade física nos duelos era a receita para contornar a ameaça.
As intenções de Enzo Maresca, treinador que dá tremenda importância ao poderio físico, foram transpostas para o relvado com sucesso na primeira parte. Pedro Neto era uma dor de cabeça para Dahl (Carreras não saiu do banco) à direita do ataque, Cucurella um lateral com grande projecção à esquerda e Cole Palmer um vagabundo para desequilibrar onde bem entendesse.
Reece James a abrir o marcador
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Bruno Lage optou por jogar com Leandro Barreiro mais subido na pressão e Di María mais recuado, o que permitia ao Benfica criar uma linha de cinco a defender. Só que defender não é propriamente a praia do argentino e, como esse é um segredo mal guardado, o Chelsea colocou muitas vezes o dedo na ferida. Valeram, nesses momentos de dor, essencialmente António Silva e, claro, o inevitável Anatoliy Trubin.
Aos 19’, foi o central a cortar de cabeça em cima da linha de baliza após remate de Cucurella. Aos 21’, foi Cole Palmer a ser contrariado pela mão direita de Trubin. E aos 38’, novamente o braço direito do ucraniano a dar a provar ao Chelsea a mesma receita servida ao Bayern.
Reinício com a mesma dinâmica
O intervalo chegava com zero remates do Benfica — a única tentativa surgiu já aos 45’, por Schjelderup, e foi interceptada. Pior: sem que se vislumbrasse capacidade para ligar o jogo ou, em alternativa, atacar a profundidade para tirar partido do bloco alto do adversário. O 0-0 era, nessa medida, altamente lisonjeiro.
A esperança para os portugueses era que Bruno Lage corrigisse a rota no balneário e os 32 graus que se faziam sentir contribuíssem para fazer baixar o ritmo frenético do Chelsea. Nem uma, nem outra premissas (a troca de Akturkoglu por Schjelderup foi inoperante) se verificaram no imediato e o jogo continuou a ser de um só sentido.
Empata Di Maria ??
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A única coisa que mudou verdadeiramente, percebeu-se aos 64’, foi a aura indestrutível de Trubin, que cometeu um erro de palmatória num livre directo do Chelsea (desguarneceu o primeiro poste), devidamente aproveitado por Reece James. Uma nódoa que não apagou a exibição até então, mas dinamitou a resistência cada vez mais ténue do Benfica.
Com dois jogadores amarelados, Lage lançou Prestianni e Belotti. O Benfica, ainda que aos repelões, desenhou pelo menos um par de aproximações à área do Chelsea, mas sem tirar o sono a Robert Sánchez. O desgaste era maior do que a vontade e o risco de sofrer um contragolpe era crescente, mas já pouco havia a perder. Até que o mau tempo voltou a bater à porta, a cinco minutos dos 90.
Nkunku volta a colocar os Blues na frente
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Ligar o interruptor… por pouco tempo
Tal como acontecera diante do Auckland City, o jogo foi interrompido e os adeptos, em vez de contarem passes, passaram a contar relâmpagos. Compasso de espera, arrefecimento, indefinição, desinteresse, algo que começa a ser norma no torneio. Passaram-se duas horas até haver luz verde para o reinício e foi como se o Benfica tivesse ligado o interruptor.
Às escuras durante 85 minutos, carregou sobre o Chelsea nos últimos cinco e foi recompensado com uma dose de felicidade. De um livre indirecto, nasceu um cabeceamento de Otamendi; desse cabeceamento, nasceu um toque na bola com a mão de Malo Gusto, já na área; e desse penálti nasceu o empate, pelo pé esquerdo do inevitável Di María. Que melhor despedida do Benfica poderia querer o argentino?
Pedro Neto a fazer o terceiro
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Os “encarnados” iam a prolongamento com um empate forjado no único remate enquadrado que conseguiram. Só que desbarataram rapidamente o momentum com a expulsão ingénua de Prestianni (duplo amarelo), logo no arranque do tempo extra. Iam ter de voltar ao treino de resistência, mas, mesmo com 10 unidades, ainda ameaçaram num par de saídas em transição.
Foram os últimos cartuchos de uma equipa que, fisicamente, já pouco tinha para dar. Ao querer correr riscos – com Di María, Belotti, e Akturkoglu assumidamente destacados na frente à espera da oportunidade para o ataque rápido -, Bruno Lage expôs a equipa a transições, que, conjugadas com erros individuais (Barreiro, Trubin, Di María) levaram o Chelsea para perto da goleada, com golos de Nkunku (108′), Pedro Neto (115′) e Dewsbury-Hall (118′). Era o adeus do Benfica ao Mundial. E o adeus de Di María ao Benfica.