Tem o nome da antiga capital inca, a icónica Cusco, e é também uma oportunidade de “cuscar” a gastronomia e os sabores peruanos. É no terceiro piso do hotel Hilton Porto Gaia que encontramos o Cusco Bar, que além do mais oferece uma vista privilegiada para a área da Ribeira e para a Ponte Luiz I.
Aqui aposta-se na cevicheria, até porque o ceviche ainda é um prato pouco explorado pelos portuenses. Um dos pratos em destaque é mesmo o ceviche de peixe da Afurada com leite de tigre amarelo (16€), que nos chega como sendo a receita mais simples da carta, mas a que mais se assemelha à tradicional peruana.
Neste prato, o peixe é cortado aos cubos depois de ser curado em açúcar e sal fino, durante cerca de 45 minutos. Já para a preparação do leite de tigre que vai envolver o peixe, utilizam-se ingredientes como sumo de lima, caldo e molho de peixe, aipo e coentros. Quanto as acompanhamentos, a receita da casa opta por acompanhar o ceviche e o leite de tigre com puré e chips de batata-doce, milho frito, furikake e folhas de coentros.
Mas há mais opções, incluindo o ceviche de salmão com molho de manga, tapioca e furikake (16€), por ser um peixe mais consensual e por contar com o sabor intenso da manga; o ceviche de atum com escabeche rocoto e batata-doce (16,50€); o tiradito de lírio com ajo blanco e óleo de manjericão (19 euros) e o tiradito de robalo com leite de tigre de agrião e pêssego grelhado (20€).
A carta, porém, vai incorporando novidades e, como nos diz Ana Costa, responsável pela cozinha do Cusco e subchefe do hotel, um delas será o ceviche com molho ponzu, um exemplo da cozinha Nikkei, uma fusão da cozinha japonesa e peruana.
O pisco à moda do Porto é a bebida mais servida e apreciada pelos visitantes.
Os cocktails não escapam à tradição
A fusão entre as duas gastronomias não se fica pela cozinha. O Cusco celebra o encontro entre o Peru e Portugal também através da sua carta de cocktails. Como exemplo, basta piscar o olho ao Pisco à Moda do Porto.
Aqui, o protagonista é o pisco, uma aguardente peruana, que envelhece em barricas de vinho do Porto expostas no bar do restaurante. O sumo de lima e o xarope de açúcar são dois elementos utilizados para harmonizar todos os sabores. Já o toque portuense surge quando se cria uma camada superior que vai flutuar por cima da bebida já preparada. Neste passo, os ingredientes-chave são o vinho do Porto e a chicha morada, típica do Peru.
Outra das das experiências proporcionadas pelo Cusco é a partilha de um Mini Barrel (14€€). Enquanto os visitantes estão vendados, o pisco envelhecido em cascos do vinho do Porto é servido à mesa ainda dentro de, precisamente, um “mini barril”. A ideia é, mais uma vez, ser fiel às tradições portuenses, e garantir que o cliente consegue saborear ao máximo a fusão de sabores criada por um blend de vinhos fortificados, bourbon, singeverga, Campari e bitters.
O pisco é envelhecido em pipas de vinho do Porto expostas no bar e utilizadas para servir à mesa.
Outras opções da carta são, por exemplo, o Lisbon Sour, com ginja de Óbidos, citrinos, chicha morada e espuma vegan (12€); o Mezcal negroni à moda do Porto, com Mezcal, vermute doce, Campari e vinho do Porto (14 euros), ou mais um dos, dizem-nos, favoritos do público, a Dragon Fruit Caipirinha, com cachaça, sumo de lima, pitaia e espuma de Licor Beirão (12€).
E como os olhos também comem, todo o espaço está decorado com elementos que fazem alusão à cultura peruana. A música e os curtos e pontuais espectáculos de dança são outros pormenores que complementam toda a experiência e que ajudam o visitante a “mergulhar” nas tradições do país sul-americano.