José Martins venceu o prémio de melhor actor do Festival Internacional de Cinema de Xangai, pelo desempenho em A Memória do Cheiro das Coisas, de António Ferreira, conforme o palmarés anunciado este domingo pelo júri.
Em A Memória do Cheiro das Coisas, José Martins interpreta “um veterano da guerra colonial forçado a entrar num lar de idosos, onde enfrenta os fantasmas do seu passado e forma um vínculo inesperado com a sua cuidadora negra”, segundo a sinopse.
O filme, uma co-produção Portugal-Brasil que se apresenta como “um retrato poético e intimista de um idoso numa instituição, explorando a fragilidade da condição humana, a inevitabilidade da morte e a busca de redenção”, trabalha “questões prementes da sociedade, como o envelhecimento populacional e o racismo estrutural.”
O actor e encenador José Martins nasceu em Lisboa em 1952, esteve na fundação do antigo Grupo de Campolide, actual Companhia de Teatro de Almada, do Teatro da Malaposta, e, em 1991, da companhia Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, a que pertence.
A Memória do Cheiro das Coisas foi um dos 12 filmes seleccionados para a competição oficial da 27.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Xangai, que encerra este domingo na cidade chinesa.
Nesta edição, o Prémio Cálice de Ouro de melhor longa-metragem (Golden Goblet Award), o mais importante do festival, foi para Black Red Yellow, do Quirguistão, dirigido por Aktan Arym Kubat.
O grande prémio do júri foi dividido entre o filme japonês On Summer Sand, de Shinya Tamada, e o chinês Wild Nights, Tamed Beasts, de Wang Tong.
O prémio de melhor realizador foi para Cao Baoping, da China, pelo filme One Wacky Summer, uma década depois de ter sido distinguido no mesmo festival por The Dead End.
O prémio de melhor actriz distinguiu Wan Qian pelo desempenho em Wild Nights, Tamed Beasts, o de melhor argumento, Korek Bojanowski e Katia Priwieziencew, pelo filme polaco Loss of Balance, e Markus Nestroy venceu o prémio de melhor fotografia por You Believe in Angels, Mr. Drowak?, co-produção suíço-alemã dirigida por Nicolas Steiner, enquanto a co-produção sino-francesa My Father’s Son, de Qiu Sheng, conquistou o prémio de melhor realização artística.
O prémio de melhor documentário foi para Constanza, do espanhol Agustín Márquez Gómez, o de melhor animação para The Songbirds’ Secret, de Antoine Lanciaux, uma co-produção entre França, Suíça e Bélgica, e o de melhor curta-metragem para Crow, do chinês Xu Jianming. Son, de Zhanna Bekmambetova, da Rússia e do Cazaquistão, venceu a categoria de melhor “curta” de animação.
O júri principal da competição foi liderado pelo cineasta italiano Giuseppe Tornatore, realizador de Cinema Paraíso.
A 27.ª edição do Shanghai International Film Festival decorreu de 13 a 22 de Junho em Xangai, China.