O Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, diz ter “expetativas elevadas” quanto ao trabalho que vier a ser desenvolvido pela nova titular da pasta da Administração Interna. O responsável lembra que Maria Lúcia Amaral já tem conhecimento de alguns dos problemas do setor.
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“Sabe que existem problemas por resolver neste setor e, vindo de uma área com grandes preocupações de justiça e de garantir que os direitos dos cidadãos sejam respeitados, esperamos que essa mesma filosofia de trabalho e de gestão das expectativas se possa aplicar ao Ministério da Administração Interna, porque não podemos esperar mais tempo. Se assim não for, naturalmente haverá alguns pontos de conflitualidade que não gostaríamos que ocorressem, porque, digamos, são da mais elementar justiça”, refere à Renascença.
António Nunes afirma que pretende apresentar à nova ministra da Administração Interna algumas das principais reivindicações da Liga.
“A primeira delas tem a ver com a carreira dos bombeiros voluntários que têm contratos de trabalho nas associações humanitárias. Tudo isso aliado à questão das Equipas de Intervenção Permanente, que há cerca de 12 anos estão constituídas e não têm qualquer progressão na carreira nem estatuto remuneratório. Esperamos que, no Orçamento de 2026, estejam contempladas as verbas para que tal ocorra”, aponta.
O presidente da LBP defende ainda a necessidade de criação de um comando de bombeiros autónomo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). “Uma outra questão relaciona-se com o facto de os bombeiros terem um comando operacional autónomo no âmbito da proteção civil, mas com a sua própria estrutura, dando equidade aos demais agentes da proteção civil. Isso é fundamental para melhorar a proteção civil”, reitera.
António Nunes reclama também uma revisão do estatuto social do bombeiro, para que “não haja grandes discrepâncias entre municípios, e às vezes isso ocorre”, sublinha.
Já em declarações à Agência Lusa, o presidente da Liga afirma que a nomeação de Maria Lúcia Amaral para ministra da Administração Interna, em plena época de incêndios florestais, não terá qualquer interferência, uma vez que “os bombeiros já estão mecanizados com a resposta” e o sistema já está montado.
Com 68 anos, Maria Lúcia Amaral, atual Provedora de Justiça, foi a escolha do primeiro-ministro, Luís Montenegro, para substituir Margarida Basco no cargo de ministra da Administração Interna.