De Euronews
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O recém-nomeado primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, nomeou um novo governo no domingo, numa altura em que enfrenta pressões para elaborar urgentemente um orçamento e para pôr fim à agitação política.
O segundo governo de Lecornu no espaço de um mês foi formalizado com 34 ministros no domingo à noite, incluindo vários membros que serviram em governos anteriores, do campo centrista de Macron e dos conservadores aliados, bem como algumas pessoas de fora da esfera política.
Entre o novo elenco encontra-se a antiga ministra do Trabalho, Catherine Vautrin, que assume agora o cargo de ministra da Defesa, com a tarefa de supervisionar o apoio militar de França à Ucrânia e de responder às ameaças da Rússia à segurança.
O chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, que geriu a segurança durante os Jogos Olímpicos de 2024, torna-se ministro do Interior, responsável pela segurança nacional. Roland Lescure assume o cargo de ministro das Finanças, um papel fundamental numa altura em que França procura elaborar um orçamento para fazer face ao aumento da dívida e da pobreza.
Entre os que mantêm os seus cargos está o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, que acompanhará o presidente Macron ao Egito na segunda-feira, para uma cerimónia internacional que assinala o cessar-fogo em Gaza.
Logo após a apresentação do novo governo pelo presidente, o partido conservador Republicanos anunciou que iria expulsar os seis membros que tinham aceitado integrar o executivo. Numa mensagem publicada na rede social X, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, afirmou que vai avançar com uma moção de censura contra o governo na segunda-feira.
A França Insubmissa, de esquerda, também avisou o novo governo numa publicação no X, através da líder Mathilde Panot: “Um conselho para os recém-chegados: não desempacotem as vossas caixas demasiado depressa… A censura está a chegar”.
Sébastien Lecornu foi reconduzido no cargo de primeiro-ministro na sexta-feira e tem estado a trabalhar para nomear rapidamente os principais membros do governo antes do prazo orçamental de segunda-feira.
“Foi nomeado um governo orientado para a missão de dotar a França de um orçamento antes do final do ano”, escreveu o primeiro-ministro francês no X, agradecendo às mulheres e homens “que estão livremente comprometidos com este governo, independentemente de interesses pessoais ou partidários”.
“Só uma coisa importa: o interesse do país”, escreveu.
As transferências de poder serão “sóbrias, sem imprensa e sem convidados”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro.