O antigo ministro da Justiça Laborinho Lúcio não acredita que a realidade da violência doméstica em Portugal vá “melhorar rapidamente”. A ideia foi expressa na emissão especial do “Três por Todos”, dedicado a este tema.
“Não podemos ter a expectativa consciente de que as coisas vão melhorar rapidamente. Vamos ter a expetativa esperançosa, estamos todos a trabalhar no sentido que isso possa acontecer”, aponta.
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Laborinho Lúcio justifica a sua ideia por identificar que “há problemas estruturais” e que a sociedade portuguesa ainda não conseguiu “transportar para dentro da família uma noção de verdadeira vivência democrática”.
“A família ainda está muito organizada a partir de uma dimensão autocrática em que há um chefe que comanda e todos os outros obedecem”, reforça o homem que dirigiu o destino do MInistério da Justiça entre 1990 e 1995, num governo liderado por Cavaco Silva.
Nesta intervenção, Laborinho Lúcio sugere ainda a necessidade de revisão do limite máximo da pena, caso se verifique que este é um argumento para suspender a pena a que os agressores são condenados.
Laborinho Lúcio é o sócio número 1 da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima APAV, dado que era o ministro da Justiça à data da criação desta associação.